28.3.08

Sete dias em alto mar

A experiência de fazer um cruzeiro é indescritível, ainda mais quando o destino for o Caribe. As ilhas da América Central oferecem inúmeras opções, e as belezas naturais contrastam com a cultura local. É o paraíso tropical de águas cristalinas, cassinos e compras sem impostos. Sem falar na comodidade de viajar para vários lugares sem sair de dentro do navio, que oferece as mais variadas atrações.

Embarquei no dia 20 de janeiro de 2007 no transatlânticos Bluee Moon, da empresa espanhola Pullmanntur, que tem capacidade para 800 passageiros e 350 tripulantes divididos nos seus 12 andares. Desses passageiros, a grande maioria era caribenha e européia e os brasileiros não somavam mais que 70. A maioria dos passageiros eram casais e famílias, e existia também um grande público gay. Cheguei a pensar que tinha me metido em uma grande furada, mas logo depois percebi que isso era mero preconceito. Viajei com a minha família e alguns amigos, e assim como a minha família, as outras levaram os filhos também. Graças a Deus. Graças a Deus também que apareceu um grupo de venezuelanos que reuniram os amigos para viajar. Eu não estava mais sozinha.

Logo que entrei no navio, me assustei com o tamanho e a exuberância da recepção, e isso era só o começo. Para a comodidade dos passageiros, dois restaurantes e diversos bares oferecem serviço 24 horas tudo incluso. A diversão também é feita na Danceteria, Cabaré de shows, Cassino, Academia, Piscina e Jacuzzis e na Biblioteca. O navio ainda oferece Business Center, duas lojas Duty Free, salão de beleza, Spa, pista de cooper e centro médico.

Aruba, Curaçao, Isla Margarita, Saint.Vicent, Barbados e Mayreau foram os destinos do Blue Moon no verão 2007 pelo Caribe. Pude desfrutar de todas as mordomias oferecidas a bordo, com todas as refeições e bebidas inclusas por um bom preço, mas dinheiro nenhum compensa o que eu vivi nesses sete dias.

Em Aruba, vi o mar mais azul que um dia pude imaginar. A água de temperatura agradável tem alto nível de salinização, e era preciso só respirar fundo pra boiar. Tive que conter o consumismo, pois as grandes marcas gritavam nas vitrines das lojas, o câmbio era favorável e as lojas eram sem impostos.

Cada noite tinha uma temática diferente a bordo. A noite havaiana foi a mais colorida. Teve a Preto e Branco, dos Piratas, mas a que mais chamou a atenção, foi a noite do Comandante. O traje de gala era requisito, e o navio inteiro foi decorado com esculturas de gelo, chocolate branco e glacê. Toda noite, após o jantar, no salão Cabaré, havia shows de dança, comédia, show de talentos e música. A diversão começava ali e depois seguia no cassino, que devido a sorte de principiante, saí no lucro, 86 euros na roleta. Mas o melhor vinha depois.

A partir das 24h, rolava na discoteca a maior festa. Noites regadas a caipirinhas, tequilas, licores, coquetéis e cerveja. Foi na discoteca que fiz amigos que mantenho contato até hoje, e foi lá, que as brasileiras colocaram todo mundo pra sambar. Os garçons já conheciam toda a trupe brasileira, e no espanhol improvisado, burlávamos as regras do navio, onde não era permitido servir bebida após as 4 horas da manhã, e transportávamos a festa e o carregamento para o Sun Deck, o último andar do navio. Era lá que assistíamos o sol nascer, em meio a músicas e histórias.

As horas de sono durante o cruzeiro, podem ser contada nas mãos. Acho até que foi por isso que posso atestar aqui o profissionalismo da equipe médica do navio. Freqüentei o Centro Médico dois dias, quando minha imunidade caiu devida a tanta correria e me rendeu crises de asma. Dormia em média, 3 horas por noite, e dançava, nadava, passeava, pulava e não parava. Era essa a minha rotina.

Com o passar dos dias, conheci gente de tudo que é canto. Não sabia mais que idioma eu falava, e eu ia misturando um pouco de tudo. Português, espanhol, inglês, italiano, e até um pouquinho de francês entrou na história. Era a maior confusão, e muitas vezes, eu driblava o espanhol e apelava para o inglês. Mas comunicação nunca foi o problema. Fiz amigos espanhóis, colombianos, venezuelanos, franceses e é claro, brasileiros, os quais já encontrei depois da viagem.

Confesso que tinha dias que eu nem queria sair do navio para fazer os passeios, e eu não conheci Saint Vicent. Passei o dia ao redor da piscina, lendo e tomando champagne. Acabei o cruzeiro sem aproveitar todas as opções oferecidas, mas posso afirmar que aproveitei meus sete dias em alto mar da melhor maneira possível.

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